Quando falamos de memória, muitas vezes nos parece algo congelado, estático, assim como dizem das fotografias. No entanto, memórias não são estáticas nem precisas, e
vão se transformando com o tempo e com interferências emocionais, internas e externas.
Trabalhando com esse conveito de memória viva, busco indícios históricos da fábrica São Luiz, em Itu, que em 2019 completa 150 anos de vida, e imprimo essas imagens
com pigmentos naturais em tons que conversam com a estrutura atual do espaço. Para tal, utilizo beterraba e açafrão da terra, que oferecem à imagem além da cor, uma
textura que dialoga com os tijolos e com a história que passa por lá.
Esse processo – chamado de antotipia – não possui fixação, fazendo com que as imagens, assim como a memória, se modifiquem com a ação de tempo.
“Memórias construídas na fábrica São Luiz” foi exposto o interfoto Itu 2019, carregando o imprevisto e o caráter de impermanência na obra fotográfica.