Estações. De trem, de avião, de ônibus. Locais fascinantes por natureza, talvez por sua carga inerente de movimento: trânsito em várias direções, chegadas e partidas, emoções diversas expostas nos olhares de quem vai e de quem fica.
Numa estação é fácil encontrar-se com o tempo: a angústia da espera no desembarque, a alegria do encontro ou a estranheza do reencontro. Num outro momento, pode-se avistar uma pessoa que se vai e um coração que permanece. Olhos marejados mirando o infinito quase que enxergam a distância que irá nascer pelo tempo-espaço não mais compartilhado.
Conectores de histórias, esses sentimentos observados são como mapas de acesso à bagagem que cada um carrega dentro de si, bifurcados em memória, tempo e transformação.
Dando prosseguimento à minha pesquisa sobre passagem do tempo e transformação da memória a qual tenho me dedicado nos últimos anos, revisito um projeto fotografado há quase duas décadas que, numa edição completamente diferente, consegue abarcar estes temas de trabalho.
Este projeto foi exibido em março de 2014 no ”Festival da Imagem” em Amã, Jordânia, devido ao primeiro prêmio conquistado na mostra internacional do “The International Lens Award, Image Festival” em fevereiro de 2014. (“ TWO CITIES” )