Será que eu devo fazer análise?

Muitas pessoas me perguntam se eu acho que elas precisam fazer análise…

Oras.. esta é uma decisão muito pessoal. Não cabe ao outro decidir isso por você.

Fazer análise é uma jornada de autopercepção, de autoconhecimento, de busca.

Mas o que será que o sujeito que busca uma análise, busca?

Talvez uma solução para suas questões? Uma cura, uma mágica (como alguns analisandos chegam pedindo)?

Os motivos de chegada num consultório podem ser muitos. Às vezes, tudo parece estar meio distorcido ou fora de lugar.

Hiperatividade, amor, dependência, boicote, irritação, satisfação, expectativas, vícios, frustrações, poder, limites, medo, sedução, tristeza. Lidar com a irritação no trabalho, com os desencontros amorosos, com um pai autoritário, com a incapacidade de colocar limites, com a raiva de tudo e de todos, com uma separação ou luto…

porque fazer analise - casa distorcida pelo reflexo - Foto: Dani Sandrini

Os pedidos de análise podem ser diversos. Para o sujeito que entra em análise, logo se percebe que aquele ” único motivo” não é tão único assim.

Nossas questões vão se expressando em sintomas, que são como marcas que carregamos e que se repetem nas mais variadas áreas da vida.  O mais natural é nos perguntarmos do PORQUÊ dessas questões (a mãe, o pai, a infância, o trauma x, y ou z). O porquê diz de uma busca por uma causa.

Com o passar da análise, o analisando começa a se perguntar PRA QUÊ? Pra quê nos diz de uma função que aquele sintoma exerce na vida daquela pessoa.

FUNÇÃO. Porque o sintoma diz de algo importante daquele sujeito. Diz algo que é do campo do indizível, mas está lá.

E aí, com os questionamentos do analista, o analisando pode começar a se deparar com os seus desejos, a se perceber, a se questionar, a se ver, a se responsabilizar e se relacionar consigo mesmo – e com os outros- de outra maneira.